tag:blogger.com,1999:blog-81868182024-03-13T15:44:32.175+00:00NothingandallAmor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,<br> On this day in History, poetry, politics, football (soccer), solitude, peace, humour, music ... nothing and all.Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.comBlogger11024115tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-80894603390222180382023-06-20T14:28:00.005+01:002023-06-20T14:32:47.152+01:00Lendo e vendo notícias: ao correr da pena..."Bento é um guarda-redes de futuro": E eu a pensar que o Bento foi um grande guarda-redes do Benfica no passado! <div><br /></div><div> "GYOKERES" : Não entendo esta obsessão do Sporting pela mulher do CR7: Gyo Keres? Não se trata de assédio sexual? </div><div><br /></div><div> "Nunca abdicarei da seleção" (CR7): Isso sabemos nós; é bom é que a seleção abdique de ti, porque senão ainda vais jogar de bengala! </div><div><br /></div><div> "Nova Zelândia abandona jogo amigável; os jogadores da Nova Zelândia recusaram regressar para a segunda parte no particular frente ao Qatar, de Carlos Queiroz, alegando que o seu jogador foi vítima de ofensas racistas": então não se tratava de um jogo amigável? Jogam enquanto e durante lhes apetecer... </div><div><br /></div><div>Pedro Proença (PP): “Posso afirmar hoje, por ser a primeira vez que publicamente abordo o assunto, que caso não tivesse ocorrido a renúncia ao cargo por parte do Presidente da Mesa da Assembleia Geral durante a reunião de urgência para a qual convoquei os presidentes dos três Órgãos Sociais que compõem a Liga Portugal, estávamos, eu e os presidentes do Conselho Jurisdicional e do Conselho Fiscal, preparados e alinhados para renunciarmos aos cargos para os quais fomos empossados há pouco mais de uma semana” . Isto é que é uma declaração conveniente e politicamente correta! Afirmar-se que se demitia caso o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Mário Costa (suspeito de tráfico de seres humanos) não renunciasse, depois de este já ter renunciado...</div>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-53394391901381425502023-03-24T23:54:00.004+00:002023-03-24T23:54:57.378+00:00Grandes da Bola nº. 31 <iframe width="420" height="305" src="https://www.youtube.com/embed/Pj0-xcMyNpo" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen></iframe>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-20090216002788041712023-01-19T09:45:00.011+00:002023-03-24T23:57:56.022+00:00No centenário de Eugénio de Andrade - O que fizeste das palavras?<p>O que fizeste das palavras?</p>
<p>Que contas darás tu dessas vogais</p>
<p>de um azul tão apaziguado?</p>
<br />
<p>E das consoantes que lhes dirás,</p>
<p>ardendo entre o fulgor</p>
<p>das laranjas e o sol dos cavalos?</p>
<br />
<p>Que lhes dirás, quando</p>
<p>te perguntarem pelas minúsculas</p>
<p>sementes que te confiaram?</p>
<br />
<p></p>
<p><i>in Matéria Solar</i></p>
<br />
<br />
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu em Póvoa de Atalaia, Fundão a 19 de janeiro de 1923, f. no Porto, 13 de junho de 2005.Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-64044643486174295022022-09-08T17:59:00.001+01:002022-09-08T17:59:05.829+01:00Os Grandes da Bola - nº. 10<iframe src="https://www.facebook.com/plugins/video.php?height=316&href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fmediacanal%2Fvideos%2F569390198255836%2F&show_text=false&width=560&t=0" width="420" height="310" style="border:none;overflow:hidden" scrolling="no" frameborder="0" allowfullscreen="true" allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; picture-in-picture; web-share" allowFullScreen="true"></iframe>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-77815561510219388842022-08-27T15:15:00.004+01:002022-08-27T15:15:26.845+01:00Fagner - Me Leve (poema de Ferreira Gullar)
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Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-46791379725748868102022-05-25T22:41:00.003+01:002022-05-25T22:44:50.714+01:00Os Grandes da Bola - Último programa da época 2021/22<iframe src="https://www.facebook.com/plugins/video.php?height=310&href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fmediacanal%2Fvideos%2F984008698934613%2F&show_text=false&width=420&t=0" width="420" height="310" style="border:none;overflow:hidden" scrolling="no" frameborder="0" allowfullscreen="true" allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; picture-in-picture; web-share" allowFullScreen="true"></iframe>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-52021875076439825092022-01-03T14:46:00.001+00:002023-01-19T10:02:42.459+00:00soneto dos sonetos - Vasco da Graça Moura (no dia em que faria 80 anos)catorze versos tem este soneto <br />
de dez sílabas cada, na contagem<br />
métrica portuguesa; de passagem,<br />
o esquema <i>abba</i> dá esqueleto<br />
<br />
aos versos do começo: a engrenagem<br />
podia ser <i>abab</i>, mas meto<br />
aqui <i>baab</i>: destarte, preto <br />
no branco, instabilizo a sua imagem.<br />
<br />
teria, isabelino, uma terceira<br />
quadra, <i>cddc</i> e <i>ee</i> final,<br />
em vez de dois tercetos com quilate<br />
<br />
sempre de ouro no fim, de tal maneira<br />
porém o engengrei continental<br />
que em duplo <i>cde</i> tem seu remate.<br />
<br />
in poesia reunida, vol. 2, Quetzal <br />
<br />
Vasco Graça Moura nasceu na freguesia da Foz do Douro, no Porto, a 3 de Janeiro de 1942; faleceu no dia 27 de abril de 2014, em Lisboa><br />
<br />
Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-53657937097160436632021-08-10T09:10:00.002+01:002021-08-10T09:10:16.264+01:00Canção do Exílio - Gonçalves Dias<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKMreKAJEZG4E23Dp9YdbN3tclKYaLci__k3ZmhbgLH2IsXLInvCCBs0rVKSx-QHl2QpJyOih83G8tpkL17UkJUXrd5SCBmwGupxAmcpDXFrmKoNQ7UOeSD475Y8iopTVa5acvWQ/s275/sabi%25C3%25A1.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="275" data-original-width="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKMreKAJEZG4E23Dp9YdbN3tclKYaLci__k3ZmhbgLH2IsXLInvCCBs0rVKSx-QHl2QpJyOih83G8tpkL17UkJUXrd5SCBmwGupxAmcpDXFrmKoNQ7UOeSD475Y8iopTVa5acvWQ/s320/sabi%25C3%25A1.jpg"/></a></div>
<br />
<br />
Minha terra tem palmeiras,<br />
Onde canta o sabiá;<br />
As aves, que aqui gorjeiam,<br />
Não gorjeiam como lá.<br />
<br />
Nosso céu tem mais estrelas,<br />
Nossas várzeas tem mais flores,<br />
Nossos bosques tem mais vida,<br />
Nossa vida mais amores.<br />
<br />
Em cismar, sozinho, à noite,<br />
Mais prazer encontro eu lá;<br />
Minha terra tem palmeiras,<br />
Onde canta o sabiá.<br />
<br />
Minha terra tem primores,<br />
Que tais não encontro eu cá;<br />
Em cismar - sozinho, à noite -<br />
Mais prazer encontro eu lá;<br />
Minha terra tem palmeiras,<br />
Onde canta o sabiá.<br />
<br />
Não permita Deus que eu morra,<br />
Sem que eu volte para lá;<br />
Sem que desfrute os primores<br />
Que não encontro por cá;<br />
Sem qu'inda aviste as palmeiras,<br />
Onde canta o sabiá.<br />
<br />
Antonio Gonçalves Dias (n. Caxias, Maranhão, 10 de agosto de 1823; m. 3 de novembro de 1864)Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-31775831201804019502021-08-03T08:58:00.001+01:002021-08-10T08:59:31.441+01:00Momento - Políbio Gomes dos Santos<p class="introduction">Não sei qual seja agora o meu querer:<br />
Se ver-te para não ter mais saudades<br />
Se as saudades de te ver,<br />
Que ver-te a dois passos me faz desejar-te<br />
Mais perto<br />
E mais perto<br />
Esmagada comigo<br />
Num rito brutal ─ os dois sangues trocados!<br />
<br />
Mas eu sei que ficaremos<br />
Separados<br />
Como valvas de marisco<br />
No cisco da praia!<br />
─ Duas peças do engenho de Deus<br />
Avariado,<br />
Enquanto o Homem não descobre o Mundo.</p><br />
Políbio Gomes dos Santos (n. Ansião, 7 de Agosto de 1911 — m. Ansião, 3 de Agosto de 1939)Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-59110207871673067732021-07-08T11:34:00.002+01:002021-07-08T11:34:25.428+01:00O QUE EU VI - Manuel de Arriaga</br> Saí um dia a contemplar o mundo,<br />
Por ver quanto há de belo e quanto brilha<br />
Na múltipla e gloriosa maravilha,<br />
Que anda suspensa em o azul profundo!<br />
<br />
Vi montes, vales, árvores e flores,<br />
Límpidas águas, múrmuras torrentes,<br />
Do grande mar as músicas plangentes,<br />
Dos céus sem fim os trémulos fulgores!<br />
<br />
Trouxe os olhos tão ricos de beleza,<br />
O coração tão cheio de harmonia,<br />
De quanto havia em terra, mar e céus,<br />
<br />
Que interpretando a sós a Natureza:<br />
Dentro de mim esplêndido fulgia,<br />
Num circulo de luz, teu nome, oh Deus!<br />
<br />
in CANTOS SAGRADOS, Manoel Gomes Editor, LISBOA, 1899<br />
<br />
Nota: A ortografia foi atualizada pelo autor do blog <br />
<br />
<br />
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (Horta, Matriz, 8 de julho de 1840 — Lisboa, 5 de março de 1917).<br />
<br />
Manuel de Arriaga, a 24 de agosto de 1911, tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga.Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-17564655745827934642021-06-17T16:26:00.004+01:002021-06-17T16:26:43.986+01:00JONAS - JACARANDÁ Mais um fadista emergente... Vão ouvir falar dele!
<iframe width="420" height="310" src="https://www.youtube.com/embed/ir7noRJXxPM" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-62013959476655814582021-06-15T16:30:00.003+01:002021-06-17T16:32:31.978+01:00Aconteceu-me - Almada Negreiros<p class="introduction">Eu vinha de comprar fósforos<br />
e uns olhos de mulher feita<br />
olhos de menos idade que a sua<br />
não deixavam acender-me o cigarro.<br />
Eu era eureka para aqueles olhos.<br />
Entre mim e ela passava gente como se não passasse<br />
e ela não podia ficar parada<br />
nem eu vê-la sumir-se.<br />
Retive a sua silhueta<br />
para não perder-me daqueles olhos que me levavam espetado<br />
E eu tenho visto olhos!<br />
Mas nenhuns que me vissem<br />
nenhuns para quem eu fosse um achado existir<br />
para quem eu lhes acertasse lá na sua ideia<br />
olhos como agulhas de despertar<br />
como íman de atrair-me vivo<br />
olhos para mim!<br />
Quando havia mais luz<br />
a luz tornava-me quase real o seu corpo<br />
e apagavam-se-me os seus olhos<br />
o mistério suspenso por um cabelo<br />
pelo hábito deste real injusto<br />
tinha de pôr mais distância entre ela e mim<br />
para acender outra vez aqueles olhos<br />
que talvez não fossem como eu os vi<br />
e ainda que o não fossem, que importa?<br />
Vi o mistério!<br />
Obrigado a ti mulher que não conheço.</p><br />
in Poemas Portugueses Antologia da Poesia portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI; selecção, organização, introdução e notas de Jorge Reis-Sá e Rui Lage, Porto Editora<br />
<br />
José Sobral de Almada Negreiros (n. em S. Tomé e Príncipe a 7 de abril de 1893; m. em Lisboa, a 15 de junho de 1970)<br />
<br />Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-38527219135449269532021-06-03T00:11:00.004+01:002021-06-03T00:14:51.468+01:00Caetano Veloso - Você não me ensinou a te esquecer<iframe width="410" height="310" src="https://www.youtube.com/embed/douUUoXIdBc" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-89093218572267228472021-05-05T12:40:00.002+01:002021-05-05T12:40:43.263+01:00INTERMÉDIO - Luís Amaro<div><br /></div><div>Alguém que se ignora</div><div>Passeia a sua mágoa</div><div>Lá pela noite fora.</div><div>Já sem saber se existe,</div><div>Entre silêncio e treva,</div><div>Nem alegre nem triste,</div><div>Alguém que a própria sorte</div><div>Enjeita, vai absorto</div><div>Num sonho que é a morte</div><div>E é vida — sendo morto.</div><div><br /></div><div>(in Antologia de Poetas Alentejanos)</div><div><br /></div><div><br /></div><div>De Luís Amaro é também exte excerto:</div><div><br /></div><div>Quando vier a tristeza, </div><div>Faz que ela tenha uma grandeza. </div><div>Quando vier a rara alegria, </div><div>Faz que ela seja pura</div><div>como a luz do dia.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Francisco Luís Amaro nasceu em Aljustrel em 5 de maio de 1923 e faleceu em Lisboa a 24 de agosto de 2018</div>Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8186818.post-46340562561883906392021-04-08T21:35:00.003+01:002021-04-08T21:37:31.935+01:00Egito Gonçalves - Com Palavras<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipv5J3Y-nznmWAMI-o5U3SqIpa5aJgoALb4EPgUglwKlNQQ9OWGxJ3eGC33G_I8qItuFx9IiyIfE3GhbUD1c1Yp34PKXBqLJ1orjZ8D99cWr7cFEkVvBVXJkat1aEvYsgF7CAQPA/s1600/flower.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457542061701838146" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipv5J3Y-nznmWAMI-o5U3SqIpa5aJgoALb4EPgUglwKlNQQ9OWGxJ3eGC33G_I8qItuFx9IiyIfE3GhbUD1c1Yp34PKXBqLJ1orjZ8D99cWr7cFEkVvBVXJkat1aEvYsgF7CAQPA/s400/flower.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 400px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 310px;" /></a><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;">Woman with a Flower - 1932 </span>
<span style="font-family: verdana;">by Pablo Picasso (nasceu em Málaga a 25 Out 1881</span>
<span style="font-family: verdana;"> e m. em Mougins, França a <span style="font-weight: bold;">8 Abr. 1973</span>)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;">Com palavras me ergo em cada dia!<br />Com palavras lavo, nas manhãs, o rosto<br />E saio para a rua.<br />Com palavras — inaudíveis — grito<br />Para rasgar os risos que nos cercam.<br /><br />Ah!, de palavras estamos todos cheios.<br />Possuímos arquivos, sabemo-las de cor<br />Em quatro ou cinco línguas.<br />Tomamo-las à noite em comprimidos<br />Para dormir o cansaço.<br /><br />As palavras embrulham-se na língua.<br />As mais puras transformam-se, violáceas,<br />Roxas de silêncio. De que servem<br />Asfixiadas em saliva, prisioneiras?<br /><br />Possuímos, das palavras, as mais belas;<br />As que seivam o amor, a liberdade...<br />Engulo-as perguntando-me se um dia<br />As poderei navegar; se alguma vez<br />Dilatarei o pulmão que as encerra.<br /><br />Atravessa-nos um rio de palavras:<br />Com elas eu me deito, me levanto,<br />E faltam-me palavras para contar...<br /> </span></span></div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;">In "Sonhar a Terra Livre e Insubmissa"'</span></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;"> </span></span></div><div style="text-align: left;"><b>José Egito de Oliveira Gonçalves (Matosinhos, 8 de abril de 1920; Porto, 28 de janeiro de 2001) <br /></b></div><span style="font-size: 85%;"><span style="font-family: verdana;"><br /></span></span>
</div>
Nothingandallhttp://www.blogger.com/profile/00311377917321120157noreply@blogger.com3